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domingo, 22 de junho de 2014

Um pouco de literatura americana - Hemingway

O Velho e o Mar (The Old Man and the Sea, no original em inglês) é a obra prima de Ernest Hemingway, escrito em Cuba, em 1951, e publicado em 1952
Foi a última grande obra de ficção de Hemingway a ser publicada ainda durante a sua vida, sendo uma das suas obras mais famosas. Por este livro o escritor recebeu o Premio Pulitzer . 
Conta a história de um velho pescador que luta com um gigante espadarteem alto mar por entre a Corrente do Golfo. Apesar de ter sido alvo de apreciações muito divergentes por parte da crítica, é uma obra que permanece uma referência entre os livros de Hemingway, tendo reafirmado a importância do autor em tempo de o qualificar para o Prêmio Nobel de Literatura de 1954.

Aqui um trecho no original e depois a tradução de Luiz Antonio Aguiar e Marisa Sobral:
"He was an old man who fished alone in a skiff in the Gulf Stream and he had gone eighty-four days now without taking a fish. In the first forty days a boy had been with him. But after forty days without a fish the boy's parents had told him that the old man was now definitely and finally salao, which is the worst form of unlucky, and the boy had gone at their orders in another boat which caught three good fish the first week. It made the boy sad to see the old man come in each day with his skiff empty and he always went down to help him carry either the coiled lines or the gaff and harpoon and the sail that was furled around the mast. The sail was patched with flour sacks and, furled, it looked like the flag of permanent defeat.

The old man was thin and gaunt with deep wrinkles in the back of his neck. The brown blotches of the benevolent skin cancer the sun brings from its reflection on the tropic sea were on his cheeks. The blotches ran well down the sides of his face and his hands had the deep-creased scars from handling heavy fish on the cords. But none of these scars were fresh. They were as old as erosions in a fishless desert."

"Ele era um velho que pescava sozinho em seu barco, na Gulf Stream. Havia oitenta e quatro dias que não apanhava nenhum peixe. Nos primeiros quarenta, levara em sua companhia um garoto para auxiliá-lo. Depois disso, os pais do garoto, convencidos de que o velho se tornara salao, isto é, um azarento da pior espécie, puseram o filho para trabalhar noutro barco, que trouxera três bons peixes em apenas uma semana. O garoto ficava triste ao ver o velho regressar todos os dias com a embarcação vazia e ia sempre ajudá-lo a carregar os rolos de linha, ou o gancho e o arpão, ou ainda a vela que estava enrolada à volta do mastro. A vela fora remendada em vários pontos com velhos sacos de farinha e, assim enrolada, parecia a bandeira de uma derrota permanente. 
O velho pescador era magro e seco, e tinha a parte posterior do pescoço vincada de profundas rugas. As manchas escuras que os raios do sol produzem sempre, nos mares tropicais, enchiam-lhe o rosto, estendendo-se ao longo dos braços, e suas mãos estavam cobertas de cicatrizes fundas, causadas pela fricção das linhas ásperas enganchadas em pesados e enormes peixes. Mas nenhuma destas cicatrizes era recente. "

terça-feira, 17 de junho de 2014

Micro contosco

Hhahahahahaha...este eu acabei de inventar:

Alzheimer ataca de novo: "Foi à loja comprar porcas e parafusos. No caminho confundiu-se. Acabou indo ao mercado e comprou dois leitões."

domingo, 8 de junho de 2014

O cinema e a culinária

A culinária sempre flertou com o cinema. Os pontos comuns que os unem são a forma de expressão das imagens e as fantasias e peculiaridades  do comportamento dos grandes chefes de cozinha retratados nas telas.

Fala-se também do paralelo que o cinema costuma fazer entre comida e sexo. Ingmar Bergman dizia que sexo e fome são a mesma coisa, ambos estimulam a humanidade. São canalizadores de sensações prazerosas despertando, através de aromas e sabores, desejo e sensualidade.

Pode-se dizer que os grandes diretores se renderam ao mito da culinária e souberam aproveitá-la tanto como tema principal ou como pano de fundo de seus filmes.

Um bom  exemplo é "A festa de Babette",premiadíssimo filme dirigido por Gabriel Axel com Stephane Audran(Babette) e Bibi Anderson. As melhores cenas são as os do preparo do banquete que Babette, uma refugiada francesa oferece para o pastor que a acolheu  na Dinamarca. Os convidados jamais haviam provado comida de altíssima qualidade e sabor. Um verdadeiro jantar real francês. 

"Como água para chocolate", de Alfonso Arau, com Marco Leonardi e Lumi Cavazos(Tita) mostrava como os sentimentos de Tita passavam de suas mãos (e até lágrimas) para os pratos que preparava, indo da tristeza ao amor. A cena das lágrimas invadindo a casa é antológica.

E "Chocolate",2000,  de Lasse Halstrom,com Juliete Binoche e Johnny Depp mostra como os sabores e visuais podem mudar o humor e a postura dos personagens.

Em "A grande noite", de Campbell Scott, os irmãos Primo e Secondo chegam a Nova Jersey e abrem o restaurante, Paradise. Primo é o chef perfeccionista e Secondo é o homem dos negócios. Enquanto um se frustra constantemente com a visão americanizada da comida italiana, o outro vê no país a chance de uma nova vida. Para fazer o negócio do restaurante ir para frente eles preparam a tal Grande Noite do título, um jantar para um músico de jazz e convidados, que pode mudar a sua sorte.
Uma frase de um  convidado resume um dos pratos especiais preparado pelos irmãos: "Eu deveria te matar! Essa comida está tão boa que eu deveria te matar!"

"Julie & Julia", dirigido por Norah Ephron, começa com uma cena marcante: ao desembarcar em Rouen, com destino a Paris, no final dos anos 40, Julia (Meryl Streep) tem sua primeira refeição na França: um linguado tão majestosamente preparado, que quase a levou às lágrimas. Julia se encanta com a culinária francesa, passa a estudá-la e praticá-la e depois escreve um livro.  Anos depois, Julie Powell (Amy Adams) entediada com o casamento e com o emprego resolve fazer algo diferente e cria um blog batizado de Julie/Julia Project. Para incrementar o blog ela resolve preparar as 524 receitas do livro que Julia escreveu sobre culinária francesa.

Mas a meu ver o filme que retratou com perfeição a arte da culinária foi "O sabor da paixão", dirigido por Robert Allan Ackerman e protagonizado pela precocemente falecida Brittany Murphy. Ela interpreta Abby, que  é abandonada pelo namorado em Tóquio. Perdida e sozinha,  tenta reorganizar sua vida em um país com uma cultura completamente diferente da sua. Após perceber os efeitos que a comida de um restaurante ramen provoca nos clientes, ela fica convencida de que seu destino é se tornar uma chefe de cozinha especializada. Logo ela consegue convencer Maezumi (Toshiyuki Nishida), o dono do restaurante,  a ensiná-la a fazer um bom ramen. Apesar do atribulado relacionamento entre os dois, que nem sequer falam a mesma língua, logo ela percebe que o ingrediente mais importante é cozinhar com amor.

Outros filmes interessantes que tiveram a gastronomia ou a culinária como pano de fundo:


    Super Size Me – A dieta do palhaço
    Sideways – Entre umas e outras
    Vatel – Um banquete para o rei
    A época da inocência
    Caminhando nas nuvens
    Tomates verdes fritos
    Cartas para Julieta
    Espanglês
    Ratatouille
    A fantástica fábrica de chocolate
    Comer rezar amar

Obs.: Culinária é a arte de cozinhar e gastronomia é o conhecimento das culturas culinárias. Abrange também, as bebidas, os materiais usados na alimentação e os aspectos culturais a ela associados. Por essas razões, a gastronomia tem um foro mais alargado que a culinária, que se ocupa mais especificamente das técnicas de confecção dos alimentos.

    sábado, 7 de junho de 2014

    Um pouco de literatura brasileira - Julio Ribeiro

    Aqui um trecho especial de "A carne", escrito em 1888, onde o escritor realista Julio Ribeiro relata impressões de sua viagem de trem da Estação da Luz até Santos, passando pelo ABC (na época Santo André ainda era chamada de São Bernardo)

    "Da capital a Santos foi que rolei em pleno desconhecido, foi que se me deparou assunto novo de estudo.

    Os campos famosos de Piratininga constituem um platêau que coleia suave, em outeiros mansos, emoldurado à direita pelos cabeços longínquos da Serra do Cubatão, à esquerda pelos visos azulados da Cantareira, pelos picos verdoengos do Jaraguá.

    De leste a oeste, um pouco ao norte da cidade, rola o Tietê profundo, negro, taciturno, formando um vale extensíssimo, muito largo.

    A conformação atual desse vale, a turfa pantanosa que o constitui em grande parte, o alagamento anual que nele se opera, tudo atesta que ele foi em tempo um lago enorme, sinuoso, semeado de ilhas, um mar de água doce, que ia talvez até Moji das Cruzes. A serra da Cantareira e a vertente norte da serra do Cubatão deram batalha aluvial ao mediterrâneo doce, venceram-no, entupiram-no: o vale do Tietê é a conquista.

    As correntes de águas perenes conglobaram-se, aunaram-se, cavaram leitos, formaram os rios que hoje retalham a planície.

    Vi de relance o casarão que se está fazendo para comemorar independência, ou melhor, para comemorar... por que não dizê-lo ? para comemorar o desarranjo funcional que levou o Senhor D. Pedro de Bragança e apear-se ali, às quatro horas da tarde do dia 7 de setembro de 1822.

    Não há ver nestas paragens aflora maravilhosa das nossas zonas do oeste, os perovões, as batalhas enormes, os jequitibás de cinco metros de diâmetro: a vegetação arborescente é enfezada, baixa, quase anã. Não é basta, contínua: forma reboleiras, restingas, capões, ilhas de verdura, no amarelado pardo do campestre interminável.
    Esta região é considerada estéril, maninha: nada mais injusto. Verdade é que não vinga aqui o cafeeiro, que a cana é somenos a de Capivari e mesmo a de Santos, que o algodoeiro não se pode comparar com o de Sorocaba; mas, por Deus! nem só café, açúcar e algodão é riqueza.

    A vinha medra de modo assombroso: com uma cultura inteligente, com uma poda antecipada, poderia ela produzir em princípios de dezembro, evitando as chuvas de janeiro que lhe águam os bagos, que lhes deturpam os racimos.

    Em São Caetano, em terras outrora baldias, de que ninguém fazia caso, há vinhedos formosíssimos plantados por italianos. A vista alegra-se com a simetria das parreiras, o coração rejubila com a idéia de uma prosperidade imensa, geral, em futuro não remoto, por todos os ângulos de nosso... de nossa província eu ia escrevendo estado.

    As hortaliças são enormes: um dia destes vi eu uma couve vinda de São Paulo que era um monstro de desenvolvimento: tinha folhas de cinqüenta centímetros de diâmetro menor; media-lhe o caule muito mais de dois metros.

    E por que não há de se cuidar do trigo? os antigos cuidaram com sucesso: em São Paulo comeu-se muito pão de trigo da terra. Ninguém ignora o que a agricultura científica tem feito das landes infecundas da Gasconha. Pois os campos de Piratininga não admitem confronto com as landes da Gasconha: são-lhes infinitamente sublimados.

    E a indústria pastoril? Que riqueza imensa a se oferecer espontânea.

    De São Bernardo em diante a planície muda de aspecto. Os capões, as restingas vão-se convertendo em um matagal basto, contínuo, verde-negro. Aqui e ali, no dorso de uma colina, no cabeço de um outeiro, rubro, semelhante a uma escoriação, serpeia o leito de um caminho.

    Na chã que se vai gradualmente alteando destacam-se as gramíneas, moitas de plantas baixas, de folhas escuras, de flores roxas, muito grandes.

    De um e de outro lado do trem perpassam, fogem sombras compactas, fortes: são os primeiros topes da serra. Em vários lugares desnuda-se o granito lavado pelo enxurro, arrebatado pelas brocas do mineiro, esfacelado pela marreta do britador.

    Em todas as árvores vêem-se parasitas, de flores escarlates, de folhas lustrosas. A máquina, arfando, em carreira vertiginosa, arrastando o tender, arrastando a longa cauda de carros, triunfante, rumorosa, sobe, galga, vence, domina, salva o declive áspero, rola em terreno plano. O ar torna-se mais fino, mais úmido, a luz mais viva, mais mordente.

    À esquerda, rápidas, como que levantadas, emergidas subitamente, alteiam-se montanhas, visos, picos, paredões, agruras, despedaçamentos de cordilheira.

    À direita, em anfiteatro pelo dorso escalavrado de uma eminência, casebres miseráveis; sobre o rechano uma igrejinha rústica, desgraciosa, malfeita, com três janelas, com dois simulacros de torres,
    a picar de branco o azul do céu e o escuro da mata.

    É o alto da serra."

    domingo, 1 de junho de 2014

    Casais famosos da literatura universal

    Capitu e Bentinho - Dom Casmurro (Machado de Assis
    Bentinho é apaixonado por Capitu, mas alimenta suspeitas que seu melhor amigo seja o amante de sua mulher. Deu origem ao filme “Capitu” de 1968, dirigido por Paulo Cesar Sarraceni com roteiro escrito por Paulo Emilio Sales Gomes e Lygia Fagundes Telles. No elenco, Isabella(Capitu), Othon Bastos(Bentinho) e Raul Cortez (Escobar).


    Tristão e Isolda -lenda medieval
    História lendária sobre o trágico amor entre o cavaleiro Tristão, originário da Cornualha, e a princesa irlandesa Isolda De origem medieval, a lenda foi contada e recontada em muitas diferentes versões ao longo dos séculos. Também foi levada para o cinema em 2006, dirigido por Kevin Reynolds. No elenco James Franco, Sophia Myles e Rufus Sewell


     Romeu e Julieta – William Shakespeare
    Suas famílias são inimigas há tempos, mas isso não impediu de os dois se apaixonarem e morrerem por esse amor. A maior história de amor de todos os tempos. Teve inúmeras versões para o teatro, ópera e cinema e até hoje suscita admiração . Destaco aqui a de1968 dirigida por Franco Zefirelli, com Olivia Hussey, Leonard Whiting e Michael York. Foi grande sucesso de bilheteria e é considerada uma das melhores versões para o cinema.

     Cyrano e Roxane –Cyrano de Bergerac (Edmond Rostand)
    A história se passa entre 1640 e 1655. Cyrano de Bergerac é um herói romântico, que combate a covardia, a estupidez e a mentira. Ele ama sua prima, Roxane, moça inteligente, mas um tanto pedante, que gosta de ser cortejada com palavras bonitas e originais. O jovem Cristiano também a ama, mas não sabe falar com brilhantismo, ao contrário de Cyrano, que tem o dom da palavra. Cyrano, sem esperanças de conquistar a prima, em razão de ser bastante feio, resolve ajudar Cristiano a conquistá-la através das palavras.Há várias adaptações para o cinema (inclusive a comédia de 1987 interpretada por Steve Martin e Daryl Hannah, "Roxanne"), mas a melhor é dirigida por Jean-Paul Rappeneau em 1990, com reconstituição de época irrepreensível, tendo recebido vários prêmios, inclusive o de melhor ator para Gerard Depardieu no Festival de Cannes (ele também foi indicado para o Oscar)

     Ulisses e Penélope – A odisséia (Homero)
    Com o fim da Guerra de Tróia, o guerreiro Ulisses retorna para sua amada Penélope, na ilha de Ítaca. No caminho, entre outros perigos, ele enfrenta cíclopes, é tentado por sereias e encontra a brucxa Circe, que transforma metade de seus homens em porcos. Somente dez anos depois, Ulisses chega a seu destino, porém ainda tem de se haver com os pretendentes que assediam sua esposa. Foi levado para o cinema em 1954, dirigido por Mario Camerini e estrelado por Kirk Douglas e Silvana Mangano. O luxo da produção coloca-a acima da média dos épicos produzidos na Itália naquele período; entre os pontos altos, destaca-se a fotografia, em cores espetaculares.

     Quasímodo e Esmeralda – O corcunda de Notre Dame (Victor Hugo)
    Quasímodo, o deformado sineiro da catedral de Notre Dame, é injustamente condenado a ser açoitado. Quando pede água, apenas uma cigana, Esmeralda, sente compaixão por ele. Quando ela é injustamente acusada de assassinato, ele decide protegê-la. Teve várias versões para o cinema, onde destaco a primeira, de 1934 dirigida por William Dieterle, tendo no elenco Charles Laughton, Maureen Ó’Hara e Edmond Ó’Brien, Teve uma outra, de 1956, dirigida por Jean Delannoy, com Anthony Quinn e Gina Lollobrigida. Teve também outra, em 2002 em desenho animado dos Estúdios Disney.

     Outros casais famosos da literatura
    Dante e Beatriz – A divina comédia (Dante Alighieri)
    Don Quixote e Dorotéia - Don Quixote (Miguel de Cervantes)
    Mr. Darcy e Elizabeth – Orgulho e preconceito (Jane Austen)
    Rhet Buttler e Scarlet Ó’Hara – E o vento levou( Margareth Mitchell)
    Cathy Linton & Heathcliff - O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë)



    E você, leitor? Gostaria de acrescentar algum casal? Fique à vontade nos comentários.